Adenomiose e endometriose: qual é a diferença?

  • 28/03
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A adenomiose e a endometriose são duas condições ginecológicas frequentemente discutidas, mas nem sempre compreendidas em profundidade. Ambas afetam o sistema reprodutor feminino e podem causar desconforto significativo, além de influenciar a saúde reprodutiva.

Embora compartilhem semelhanças em termos de sintomas e impacto na fertilidade, essas condições são distintas em suas causas, características e tratamentos.

Para tirar suas dúvidas, hoje nós exploraremos o que são a adenomiose e a endometriose, suas diferenças fundamentais, sua relação com a fertilidade feminina e outras informações relevantes para uma compreensão abrangente dessas condições. Então, nos acompanhe até o final!

O que é a adenomiose?

A adenomiose é definida pelo crescimento anormal do endométrio (tecido que reveste o interior uterino) na camada intermediária do útero, conhecida como miométrio. Anteriormente, a doença era chamada de endometriose interna, mas hoje reconhecemos que são condições distintas.

Uma de suas maiores características é a possibilidade de um aumento no volume uterino, o que pode desencadear sintomas como dor pélvica intensa, menstruações dolorosas e aumento do fluxo menstrual.

Classificada como uma condição benigna, a adenomiose não tende a evoluir para formas graves. Além disso, ela é mais comum em mulheres com mais de 35 anos, especialmente aquelas que já engravidaram. No entanto, a condição também pode afetar pacientes mais jovens e sem filhos.

O que é a endometriose?

A endometriose é uma condição na qual o endométrio cresce fora do útero, afetando outros órgãos pélvicos como ovários, trompas uterinas, bexiga e intestino (endometriose intestinal). Em casos menos comuns, o endométrio pode se desenvolver além da região pélvica.

Embora muitas mulheres sejam assintomáticas, a endometriose pode apresentar diversos sintomas, que variam de leves a graves e podem impactar significativamente a qualidade de vida das mulheres afetadas.

Os sintomas mais comuns incluem dores pélvicas intensas, especialmente durante o período menstrual, que podem se estender além da região pélvica e afetar as costas e as pernas. Menstruações dolorosas, conhecidas como dismenorreia, são frequentes, muitas vezes acompanhadas por sangramento menstrual abundante. 

Algumas mulheres também relatam dor durante a relação sexual (dispareunia), problemas intestinais, como dor durante a evacuação, constipação ou diarreia, e dificuldade para urinar.

Quais são as diferenças entre adenomiose e endometriose?

Embora compartilhem semelhanças, a endometriose e a adenomiose são condições distintas que podem ocorrer simultaneamente em algumas mulheres. A diferença primordial entre elas reside no local de crescimento do tecido anormal.

Enquanto em quem tem endometriose, o tecido ectópico se desenvolve fora do útero, afetando órgãos como ovários, bexiga e intestino, na adenomiose o crescimento ocorre na própria parede uterina, especificamente na camada do miométrio.

Outra distinção importante é quanto à influência na fertilidade. Tanto a endometriose quanto a adenomiose são doenças inflamatórias que podem dificultar a gestação.

Na adenomiose, as bolsas formadas no miométrio podem causar uma hipermobilidade uterina irregular e inflamar tanto o miométrio quanto o endométrio, dificultar o transporte de espermatozoides até as tubas uterinas e, consequentemente, interferir na fecundação e na implantação do embrião.

Por outro lado, a endometriose, devido ao crescimento do tecido ectópico em órgãos reprodutivos fora da cavidade uterina, pode causar alterações estruturais que levam a obstáculos para a concepção.

Como tratar a adenomiose e a endometriose?

O tratamento da adenomiose e da endometriose pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas, as necessidades individuais da paciente e seus objetivos reprodutivos.

Sobre a endometriose, as opções de tratamento incluem abordagens cirúrgicas, como a videolaparoscopia para remover o tecido endometrial fora da cavidade uterina, e terapias medicamentosas para aliviar os sintomas. 

A escolha do tratamento ideal deve considerar os sintomas específicos da paciente, sua idade, desejo de ter filhos e a gravidade da condição.

No caso da adenomiose, o tratamento pode incluir o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, como dor e sangramento menstrual abundante. Em mulheres que desejam engravidar, pode ser necessário um acompanhamento mais específico para otimizar as chances de concepção. 

Na menopausa, os sintomas da adenomiose geralmente regridem devido à diminuição dos níveis de estrogênio no organismo.

Para ambas as condições, quando a infertilidade está presente, o tratamento pode incluir técnicas cirúrgicas para remover o tecido endometrial excessivo e melhorar a fertilidade. 

Em casos mais complexos, onde as abordagens cirúrgicas e medicamentosas não surtem efeito, podem ser consideradas opções de tratamento para infertilidade, como inseminação artificial ou fertilização in vitro (FIV).

É fundamental um acompanhamento médico especializado e uma investigação detalhada das causas da infertilidade, tanto da mulher quanto do parceiro, para um plano de tratamento mais satisfatório.


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