O papel da genética na reprodução assistida: como o teste genético pré-implantacional (PGT) pode ajudar

  • 04/11
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A reprodução assistida, especialmente através de técnicas como a Fertilização In Vitro (FIV), oferece a muitas pessoas a chance de realizar o sonho da maternidade ou paternidade, mesmo diante de desafios como infertilidade ou doenças genéticas. Um dos avanços mais importantes nessa área é o Teste Genético Pré-Implantacional (PGT), que permite identificar possíveis alterações genéticas nos embriões antes de sua transferência para o útero.

Neste artigo, vamos explorar o que é o PGT, como ele funciona e por que pode ser uma ferramenta crucial para prevenir doenças genéticas hereditárias, garantindo maior segurança para os futuros pais e bebês.

O que é o teste genético pré-implantacional (PGT)?

O Teste Genético Pré-Implantacional (PGT) é uma técnica de análise genética realizada em embriões criados através da Fertilização In Vitro (FIV). Seu objetivo é detectar anomalias genéticas ou cromossômicas antes que os embriões sejam implantados no útero da mulher.

Esse procedimento é especialmente recomendado para casais que possuem histórico de doenças genéticas na família, que já tiveram filhos ou gestações anteriores afetadas por condições genéticas, ou para aqueles que enfrentam infertilidade devido a causas genéticas. O PGT também pode ser útil para evitar abortos recorrentes causados por alterações cromossômicas.

Com o PGT, os embriões podem ser examinados para identificar doenças hereditárias, como fibrose cística, anemia falciforme, distrofia muscular de Duchenne, entre outras, além de condições cromossômicas como a Síndrome de Down.

Como funciona o PGT?

O processo de Teste Genético Pré-Implantacional ocorre durante o tratamento de FIV, após a fertilização dos óvulos pelos espermatozoides. A seguir, estão as etapas principais do procedimento:

  1. Fertilização in vitro (FIV): O tratamento de FIV começa com a estimulação ovariana, que induz a produção de múltiplos óvulos. Esses óvulos são coletados e fertilizados em laboratório, criando embriões.

  2. Desenvolvimento embrionário: Após a fertilização, os embriões são monitorados por cerca de 5 a 6 dias, até atingirem o estágio de blastocisto, que é quando as células começam a se diferenciar.

  3. Biópsia embrionária: No estágio de blastocisto, uma pequena quantidade de células é retirada do embrião para análise genética. Esse procedimento não prejudica o desenvolvimento do embrião e é feito com técnicas altamente avançadas.

  4. Análise genética: As células retiradas do embrião são analisadas para verificar se há mutações genéticas específicas ou alterações cromossômicas. Dependendo do histórico familiar e das condições a serem investigadas, diferentes tipos de testes genéticos podem ser realizados, como o teste para doenças monogênicas ou a análise do cariótipo (mapa genético dos cromossomos).

  5. Seleção de embriões saudáveis: Após a análise, os embriões que não apresentam alterações genéticas ou cromossômicas são selecionados para a transferência. O embrião saudável é então implantado no útero da mulher para iniciar o processo de gestação.

  6. Transferência embrionária: A transferência do embrião saudável ocorre como em qualquer procedimento de FIV convencional, e após algumas semanas é possível realizar o teste de gravidez.

Para quem o PGT é indicado?

O PGT é uma ferramenta essencial para diversos grupos de pacientes. Veja a seguir as principais indicações:

  1. Casais com histórico de doenças genéticas: Para casais que carregam genes relacionados a doenças hereditárias, o PGT permite identificar embriões que não herdaram a mutação genética, garantindo uma gestação saudável.

  2. Casais que já enfrentaram abortos recorrentes: O PGT pode ser indicado para casais que já passaram por múltiplas perdas gestacionais, pois muitas dessas perdas podem ser causadas por anomalias cromossômicas nos embriões. Com o diagnóstico, é possível selecionar embriões com cariótipo normal, aumentando as chances de uma gestação bem-sucedida.

  3. Casais que passaram por falhas repetidas de FIV: Para casais que já tentaram tratamentos de FIV anteriores sem sucesso, o PGT pode ajudar a identificar se a falha estava relacionada a problemas genéticos nos embriões.

  4. Casais que desejam evitar condições cromossômicas: O PGT também é indicado para casais que desejam reduzir o risco de ter um filho com condições cromossômicas, como a Síndrome de Down, Trissomia 18, entre outras.

Benefícios do PGT

O PGT oferece uma série de benefícios para casais que buscam uma gestação saudável e que querem minimizar os riscos de doenças genéticas. Alguns dos principais benefícios incluem:

  1. Prevenção de doenças genéticas: A principal vantagem do PGT é a possibilidade de evitar que doenças hereditárias sejam transmitidas para o bebê, garantindo que apenas embriões saudáveis sejam transferidos.

  2. Aumento das chances de uma gravidez saudável: Ao identificar embriões sem anomalias genéticas ou cromossômicas, o PGT aumenta as chances de sucesso do tratamento de FIV e reduz o risco de abortos espontâneos.

  3. Mais segurança para casais com histórico familiar de doenças: Para casais que já possuem histórico de doenças graves na família, o PGT oferece uma camada extra de segurança, permitindo que eles tenham mais tranquilidade ao iniciar o processo de gestação.

  4. Possibilidade de planejamento familiar mais assertivo: Além de prevenir doenças, o PGT permite que os casais tenham maior controle sobre o planejamento familiar, oferecendo uma opção para evitar condições genéticas graves e promover uma gestação mais segura e saudável.

Desafios e limitações

Embora o PGT seja uma ferramenta poderosa na prevenção de doenças genéticas, existem algumas limitações e desafios que devem ser considerados. Por exemplo, o custo elevado do procedimento pode ser um fator limitante para alguns casais. Além disso, nem todas as doenças genéticas podem ser identificadas através do PGT, e o procedimento não garante 100% de sucesso na gestação.

Outro ponto importante é que, apesar de o PGT aumentar as chances de uma gravidez saudável, o sucesso do tratamento também depende de outros fatores, como a qualidade dos óvulos, espermatozoides e do útero da paciente.

Conclusão

O Teste Genético Pré-Implantacional (PGT) é uma inovação crucial para a reprodução assistida, proporcionando a possibilidade de prevenir a transmissão de doenças genéticas hereditárias e aumentando as chances de uma gestação saudável. Com o PGT, casais com histórico familiar de doenças genéticas, ou que enfrentam desafios na concepção, podem planejar a maternidade com mais segurança e confiança.

Se você está considerando a FIV e deseja saber mais sobre o PGT e como ele pode ajudar, entre em contato com nossa equipe de especialistas para uma consulta personalizada.

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