Os miomas uterinos afetam cerca de 80% das mulheres em idade fértil, de acordo com dados da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). Contudo, muitas das afetadas não sentem os sintomas de mioma uterino, o que dificulta o diagnóstico.
Além disso, existem muitas dúvidas relacionadas ao impacto do problema na fertilidade feminina, assim como seus fatores de risco e tratamentos. São informações importantes que podem ajudar as mulheres a entenderem e lidarem melhor com essa condição.
Por isso, neste texto, discutiremos os sintomas de mioma uterino, além de outros assuntos relevantes, como os tratamentos e sua relação com a infertilidade. Então, continue por aqui até o final para aprender tudo e eliminar suas dúvidas!
O que é o mioma uterino e quais são seus tipos?
Mioma uterino é um tumor benigno que se desenvolve no útero. Também conhecido como leiomioma ou fibroma uterino, o mioma uterino é uma condição comum em mulheres em idade reprodutiva, especialmente entre 30 e 50 anos de idade.
Esses tumores são formados a partir das células musculares do útero, e podem crescer dentro da parede muscular do órgão, na cavidade uterina ou fora do útero. São essas localizações que definem os tipos de mioma uterino. Veja quais são a seguir:
Miomas subserosos: crescem na superfície externa do útero, projetando-se para fora do órgão. Quando crescem em determinadas posições, podem exercer pressão sobre órgãos adjacentes, como a bexiga ou o intestino, causando dor e desconforto;
Miomas intramurais: crescem dentro da parede muscular do útero. Esses miomas são os mais comuns e podem variar em tamanho e número. Eles também são capazes de gerar um deslocamento no endométrio, o que pode impactar a fertilidade da paciente;
Miomas submucosos: crescem dentro da cavidade uterina. Eles são os menos comuns, mas são conhecidos por causar sintomas graves. Esses miomas podem causar infertilidade ao interferir com a capacidade do útero de implantar o embrião.
Quais são os sintomas de mioma uterino?
Antes de tudo, é importante lembrar que cada mulher pode apresentar diferentes sintomas a depender das características do mioma. Além disso, como já mencionamos, muitas não possuem qualquer tipo de sintoma.
Mesmo assim, é possível apontar alguns dos sintomas de mioma uterino mais comuns nas pacientes. São eles:
1- Sangramento menstrual abundante
É o sintoma mais comum de miomas uterinos e pode incluir menstruações que duram mais dias do que o usual ou sangramento menstrual que é mais pesado do que o normal.
2- Dor pélvica
Pode ser uma dor constante ou uma dor que surge e desaparece, e pode ser acompanhada de sensação de pressão ou desconforto.
3- Inchaço abdominal
Miomas grandes podem causar inchaço ou uma aparência protuberante na região abdominal.
4- Alterações urinárias
Os miomas maiores também podem pressionar a bexiga, causando frequência urinária, urgência urinária ou dificuldade para urinar.
5- Alterações intestinais
Outro sintoma dos miomas grandes que podem pressionar o intestino, causando constipação ou dor ao evacuar.
6- Dor durante as relações sexuais
Eles podem causar dor durante as relações sexuais, especialmente se estiverem localizados na parte inferior do útero.
7- Dificuldade para engravidar
Os miomas uterinos podem afetar a capacidade do útero de implantar um óvulo fertilizado, o que pode dificultar a gravidez. Iremos explicar melhor esse assunto mais adiante.
Quais são os fatores de risco para mioma uterino?
Como muitas mulheres não apresentam os sintomas de mioma uterino, é importante identificar os fatores de risco para ter uma ideia das suas chances de desenvolver o problema e assim procurar um ginecologista.
Além da idade já citada, conheça os outros fatores de risco principais abaixo:
Histórico familiar: mulheres com história familiar de miomas uterinos têm maior probabilidade de desenvolvê-los;
Raça: apesar de ocorrer em qualquer etnia, as mulheres negras têm maior probabilidade de desenvolver miomas uterinos do que mulheres brancas;
Início precoce da menstruação: mulheres que começaram a menstruar precocemente, antes dos 10 anos de idade, tem o nível de estradiol precocemente aumentado e portanto possuem aumento de risco para desenvolver miomas uterinos;
Hipertensão arterial: a hipertensão está relacionada com o aumento de risco de desenvolver miomas uterinos, sendo este risco relacionado ao aumento da duração ou da gravidade da hipertensão;
Obesidade: a maioria dos estudos mostra relação entre miomas e mulheres com excesso de peso ou obesidade;
Alimentação: alguns estudos mostram que dietas ricas em carne vermelha têm sido associadas a um maior risco de desenvolvimento de miomas uterinos. Já o consumo de vegetais verdes e frutas cítricas está associado a um risco diminuído.
É importante lembrar que muitas mulheres com miomas uterinos não apresentam fatores de risco conhecidos e que os fatores de risco não são necessariamente causas diretas da doença.
Além disso, ter um ou mais fatores de risco não significa necessariamente que uma mulher desenvolverá miomas uterinos.
Qual é a relação entre mioma uterino e infertilidade?
A presença de miomas uterinos é uma causa potencial de infertilidade feminina, afetando cerca de 3 a 5% dos casos. A relação entre miomas e infertilidade varia dependendo do tamanho, quantidade e principalmente da localização dos miomas.
Dentre os tipos de miomas, o submucoso é considerado o mais problemático para a fertilidade feminina, uma vez que pode obstruir as trompas de Falópio ou afetar a implantação do embrião no revestimento uterino, prejudicando o desenvolvimento saudável da gravidez e aumentando o risco de abortos espontâneos ou partos prematuros.
É importante destacar que a maioria dos miomas não causa infertilidade. Mesmo assim, caso você esteja tentando engravidar, faça parte de um grupo de risco ou identifique sintomas, o ideal é procurar um ginecologista para saber como proceder e os verdadeiros perigos à sua saúde reprodutiva.
Como tratar o mioma uterino?
A escolha do tratamento depende da gravidade dos sintomas, da localização e do tamanho do mioma, além das preferências pessoais e dos objetivos reprodutivos da paciente.
Em alguns casos, o médico pode optar por não tratar o mioma, especialmente se ele for pequeno e não causar sintomas significativos. No entanto, em outros casos, o tratamento pode ser necessário para aliviar os sintomas e prevenir complicações.
As principais opções de tratamento para miomas uterinos incluem:
>Monitoramento: em alguns casos, o médico pode optar por monitorar o mioma com exames regulares para verificar se ele está crescendo ou causando sintomas;
>Medicamentos: medicamentos como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou contraceptivos hormonais podem ajudar a aliviar os sintomas, como dor e sangramento menstrual excessivo;
>Procedimentos minimamente invasivos: procedimentos como embolização das artérias uterinas e ablação endometrial podem ser usados para reduzir ou eliminar os sintomas dos miomas;
>Cirurgia: em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária. A miomectomia, que consiste na remoção do mioma, pode ser uma opção para mulheres que desejam preservar a fertilidade. Já a histerectomia, que é a remoção do útero, é uma opção para mulheres que não desejam mais ter filhos.
Para garantir um diagnóstico aprofundado e um tratamento eficiente para o mioma uterino, é preciso procurar uma clínica especializada no assunto. Isso vale especialmente para quem está tentando engravidar e quer as melhores técnicas para realizar esse sonho.
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